Donos de embarcações temem deslizamentos no porto de Parintins



Depois do acidente no porto de Terra Preta, em Manacapuru, que deixou uma pessoa morta e uma criança de 6 anos está desaparecida, donos de embarcações em Parintins têm manifestado preocupação crescente com a possibilidade de deslizamentos de terra na área próxima ao estacionamento do porto da cidade.

O solo na região portuária já apresentou pequenos desmoronamentos em ocasiões anteriores, mas o ocorrido em Manacapuru deixou os armadores particularmente apreensivos.

Na área próxima ao Porto de Parintins, as fissuras no barranco começaram a aumentar e a preocupação dos proprietários de embarcações é que, com a aproximação do período de chuvas e o risco de desmoronamento aumente, como relata o autônomo Francivaldo Corrêa.

“No período de temporal aqui é um perigoso. Os donos de barcos correm na beirada para salvar seus barcos, qualquer ventinho a gente fica preocupado. Fora o risco dessa terra desabar. A gente não dorme direito, a preocupação é muito grande. Aí quando vem as autoridades, pede para nós tirarmos os barcos daqui. Mas para onde vamos? Não tem para onde ir”, disse. 

O aquaviário Nilson Lima viveu um grande susto em 2022. O barco de Nilson foi uma das embarcações que sofreu danos após um desbarrancamento na área da orla. Ninguém ficou ferido. O local chegou a ser interditado, mas voltou a ser um ponto de atracação de barcos.

Nilson conhece bem os riscos que o barranco representa para os ribeirinhos, especialmente durante o período de estiagem.

“Esse fato ocorreu comigo há dois anos, e aí tem essa grande preocupação. A gente vê como está a situação da natureza hoje, as terras caídas, e observando esse monte de embarcações aqui na orla da cidade, a preocupação aumenta. Eu, como já vivenciei isso... quase aconteceu uma desgraça comigo naquela época. Fico muito sensibilizado com a situação. Peço o apoio e faço um apelo às autoridades competentes, à Defesa Civil, ao próprio Dnit, que possa fazer algo aqui pela nossa população, pelas pessoas que atracam nessa área do porto da cidade”, ressaltou.

Há 15 anos como armador, Clécio Mendonça olha com preocupação para o barranco próximo ao porto da cidade.

“É a única alternativa. Não tem outro lugar. É arriscado, mas temos que ficar por aqui. A preocupação é o desabamento de terra, é o temporal, e não tem como se livrar, não tem para onde ir, não tem abrigo, não tem um igarapé, convivemos com esse medo todo dia. Porque se interditar aqui para onde vamos? Essa é a única opção que tem para encostar”, comentou.

Conforme o rio vai baixando, o barranco torna-se mais visível. Nessa área, muitas embarcações permanecem atracadas, e seus proprietários enfrentam dificuldades por não terem outro lugar para ir. Além disso, o fluxo de pessoas na região é constante.

Em nota, a Defesa Civil do Amazonas informou que o monitoramento da área é de responsabilidade da Defesa Civil Municipal de Parintins. 

"Após tomar conhecimento das imagens, na terça-feira, 8 de outubro, a Defesa Civil Estadual entrou em contato com as autoridades locais. O coordenador municipal informou que já estavam sendo tomadas as providências para garantir a segurança da área", diz a nota.

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