Foto: Mídia Cabocla |
7 comunidades já estão em situação de isolamento na área rural de Parintins por conta da estiagem de 2024. A informação foi confirmada pela Coordenação da Defesa Civil do município nesta terça-feira (10/9).
O órgão informou ainda que já finalizou a documentação e aguarda a publicação do decreto emergência por conta do desastre causado pelos efeitos da estiagem.
Entre as comunidades isoladas estão:
- Comunidade Evangélica Nova Canaã
- Comunidade Evangélica Nova Filadélfia
- Nossa Senhora das Graças do Aduacá
- Divino Espírito Santo do Aduacá
- São Sebastião do Juruá
- Comunidade Novo Remanso
- Comunidade São Lázaro da Vila Nova
Segundo A Defesa Civil de Parintins, em torno de 250 famílias vivem nessas comunidades.
A estimativa do órgão é que mais de 1000 pessoas estão sofrendo os impactos da estiagem severa nessas localidades.
Conforme o coordenador da Defesa Civil de Parintins, Adilson Silva, a situação é mais complicada na região do Caburi e na região do rio Jacu.
“Existe uma preocupação muito grande porque o desastre ainda está em curso. O rio está baixando muito rápido, por volta de 19 centímetros por dia. E como ainda está em curso, à medida que o tempo vai passando e o rio vai secando, vão aparecendo mais comunidades isoladas. Daqui a pouco toda a região do Mocambo e Caburi também devem ficar isoladas. Não vai passar nem rabeta. Existe uma diferença na régua com relação ao ano passado que, se a gente observar, são 2 metros e meio. Esses 2 metros e meio de diferença vão impactar muito aqui na região”, explicou o coordenador da Defesa Civil.
Sobre o decreto de emergência, o coordenador explicou que os relatórios e toda a documentação necessária já foram elaborados e repassados ao Poder Executivo, a quem cabe a publicação.
“Agora é só uma questão de publicação mesmo. A partir do momento que for publicado, o que pode acontecer a qualquer momento no Diário Oficial, a gente vai trabalhar para colocar os dados no sistema de informações sobre o desastre. Agente vai ter que alimentar esse sistema para poder receber toda a ajuda possível de recursos e ajuda humanitária”, explicou.
Rio Amazonas à beira da cota negativa
De acordo com a estação de monitoramento de Parintins, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o rio Amazonas atingiu o nível de 87 centímetros nesta terça-feira.
Conforme os dados, durante os 10 primeiros dias de setembro, o rio desceu 1,54 metros.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o rio está 2,97 metros abaixo.
No dia 10 de setembro de 2023, o nível do rio era de 3,82 metros.
A estimativa de especialistas da Universidade do Estado do Amazonas é que é que o rio Amazonas alcance a cota negativa ainda na primeira quinzena de setembro.
Em 2023, a cota negativa foi alcançada nos primeiros dias de outubro.
Conforme o SGB, a cota negativa é alcançada quando o nível das águas de um determinado rio desce abaixo da cota arbitrária estabelecida na instalação da primeira régua utilizada para o monitoramento fluviométrico.
No caso de Parintins, o monitoramento começou em 1974.
Ainda segundo o SGB, em 50 anos de monitoramento, o rio Amazonas já ultrapassou a cota negativa em 1990, 1991, 1997, 1998, 2009, 2010 e em 2023, quando o rio atingiu o nível de -2,17 metros, registrado no dia 25 de outubro, marca considerada a mínima histórica na região.
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