Vítimas de tragédia em Nhamundá cobram ajuda prometida pela Prefeitura e Governo do Amazonas

Foto: Secom Nhamundá

Mais de três semanas após o incêndio que terminou com a morte de uma criança, deixou 3 feridos, 18 famílias desabrigadas e destruiu 14 casas em Nhamundá, famílias afetadas pela tragédia estão aflitas em meio a indefinição sobre a ajuda prometida pelo Governo do Amazonas e Prefeitura de Nhamundá. 

O Governo chegou a anunciar o repasse de R$ 30 mil para cada família afetada e ainda teria se comprometido a pagar o auxílio aluguel para as vítimas que ficaram sem ter onde morar, mas até o momento essa ajuda não chegou e não há previsão de quando vai chegar.

A situação começou a causar ainda mais preocupação às famílias afetadas após iniciarem as cobranças dos proprietários das casas alugadas sobre o pagamento para a permanência das vítimas desabrigadas. Segundo as vítimas, esse aluguel deveria ser pago por meio de um auxílio que seria disponibilizado pelo Governo do Amazonas. Sem os recursos prometidos pelo Governo e sem meios para custear o aluguel, algumas famílias começaram a ser despejadas das casas alugadas. 

Conforme as vítimas, a situação se torna ainda pior por conta da falta de informação por parte da Prefeitura de Nhamundá e do Governo do Estado.

“Quando eles vieram aqui, prometeram os R$ 30 mil. Eles ficaram na responsabilidade de fazer a limpeza dos terrenos e alocar as pessoas em um aluguel. As pessoas alocaram as casas e eles prometeram para os donos dessas casas que nesse final do mês ia cair o dinheiro do auxilio aluguel. Esse dinheiro ainda não caiu. Passada essa data, a gente começou a questionar porque os donos das casas começaram a cobrar a gente e ninguém dava uma resposta. Teve gente que já foi despejada. Eles pararam de dar satisfação, pararam os trabalhos no terreno onde ocorreu o incêndio e nós estamos sem saber o que fazer”, contou uma vítima do incêndio que preferiu não ser identificada.

Resposta Governo do Amazonas e falta de respostas da Prefeitura de Nhamundá

Em nota, o Governo do Amazonas informou que os processos de pagamentos às famílias afetadas pelo incêndio em Nhamundá já teriam iniciado. 

A previsão é que esses pagamentos sejam concluídos nas próximas semanas, dentro do prazo que teria sido estabelecido.

A nota informou ainda que desde as primeiras horas após o incidente, equipes do Governo estiveram no município auxiliando os afetados, bem como foi iniciada a coleta de dados das famílias atingidas, que ainda enfrentam dificuldades com a documentação. 

Na próxima semana, devem retornar ao município para dar continuidade aos atendimentos presenciais. 

Ainda segundo  Governo, as famílias continuam sendo assistidas e orientadas pela equipe social da Superintendência de Habitação (Suhab), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb), Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), Defesa Civil e Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas).

Por outro lado, até esta quarta-feira (7/8), as vítimas do incêndio negaram que qualquer pagamento foi efetuado pelo Governo ou Prefeitura de Nhamundá. Também ressaltaram até agora não foi definido o dia e nem qual será o valor repassado às famílias afetadas para o pagamento das casas alugadas.

Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Nhamundá não respondeu os questionamentos sobre a ajuda e qual a situação das famílias afetadas pelo incêndio.

Relembre a tragédia

A tragédia em Nhamundá ocorreu na madrugada do dia 15 de julho, na comunidade da Cachoeirinha, uma área marcada por casas de madeira que ficavam próximas à orla da cidade. As causas do incêndio ainda não foram especificadas, mas a suspeita é que o fogo tenha iniciado após uma sobrecarga de energia elétrica em uma das residências. Aylla Gabriele Costa, de 6 anos de idade, morreu em meio aos escombros.

Foram os próprios moradores que conseguiram conter as chamas jogando baldes com água na área do incêndio. Nhamundá, assim como a maioria dos municípios do interior do Amazonas, não possui uma brigada do Corpo de Bombeiros.

A tragédia causou comoção no município e em todo Estado. Voluntários se mobilizaram e ajudaram a arrecadar doações para as famílias afetadas.

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