Os profissionais que atuam na ala da Unidade de Terapia Intensiva, do Hospital Regional Jofre Cohen, estão há quatro meses sem receber o salário.
Segundo os trabalhadores, o atraso estaria ocorrendo pela falta de repasse do Governo do Estado para as quatro empresas contratadas responsáveis pelos funcionários que atuam na unidade.
“As cooperativas têm arcado com os nossos vencimentos até setembro. Porém, a SES [Secretaria de Estado de Saúde] não faz repasses desde julho. Então, estamos entrando no quinto mês sem pagamento da SES às cooperativas”, disse um dos colaboradores.
“A equipe se sente frustrada e desvalorizada nesse sentido. Dois anos atrás a gente era herói e, hoje, a gente tem que lutar para receber”, desabafou.
De acordo com a diretora do hospital Jofre Cohen, Joseane Mascarenhas, o atraso nos salários dos servidores tem preocupado a equipe da unidade. "São pessoas que têm famílias, que precisam se alimentar e que precisam arcar com seus compromissos”.
O problema com a falta de pagamento destes profissionais expôs uma situação ainda mais grave: o não repasse da quantidade necessária de insumos e medicamentos para atender a demanda na UTI.
Em relação ao que é entregue pela Central de Medicamentos do Amazonas, os materiais não chegam a metade do que é esperado, ou seja, são apenas 46% dos insumos e 40% no caso dos medicamentos. Os dados fazem parte do relatório anual do hospital.
De acordo com a diretora Joseane, a preocupação dos profissionais que atuam no hospital é que a redução dos insumos e dos medicamentos comprometa os atendimentos na unidade.
“A única questão que tem impactado é a falta de insumos e medicamentos por parte da CEMA [Central de Medicamentos do Amazonas], que vem tendo muitas dificuldades nesses abastecimentos. No ano de 2023 nós tivemos uma queda de abastecimento que nos deixa muito preocupados porque nós temos esses pacientes que chegam a todo momento que necessitam de atendimento de alta complexidade”, disse.
Enquanto o pagamento dos atrasados não sai, os funcionários seguem tentando sobreviver e lutando para manter a normalidade dos atendimentos na UTI.
“Tem colegas que não estão tendo condições, está faltando alimentação, tem pessoas que não acreditam mais em nós. Tô dando meu jeito, fazendo bico e o meu pai, que tá pegando o triciclo pra botar a alimentação dentro de casa. Então, tá sendo muito difícil”, relatou outro profissional.
Em nota a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), informa que “os trâmites administrativos legais para o pagamento das empresas terceirizadas já estão em andamento”. Com relação a insumos para a unidade, a Central de Medicamentos do Amazonas (CEMA) informa que “a distribuição está sendo realizada normalmente mediante solicitação da unidade hospitalar”.
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