Alunos da Escola Estadual São Sebastião do Coró-coró, na área rural de Nhamundá, estão sendo obrigados a estudar em um barracão da comunidade.
O local improvisado não oferece as condições adequadas para as atividades escolares. Não há divisão de salas, o que dificulta a concentração dos estudantes, faltam banheiros e as crianças ficam sujeitas ao sol e chuva durante as atividades escolares.
O problema começou em fevereiro deste ano, quando o prédio da escola foi interditado após ameaça de desabamento causado pelo fenômeno das terras caídas. Por conta disso, os alunos passaram o ano estudando em condições desfavoráveis para o processo de ensino e aprendizagem.
Nos últimos meses, novos desbarrancamentos aumentaram os riscos de desabamento da escola.
Equipamentos e até itens como portas e janelas foram retiradas da instalação pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Sobrou apenas a “carcaça” do prédio.
Segundo os moradores, até o momento nenhuma medida foi adotada para a solução do problema. Professores, alunos e pais dos alunos dizem que é insustentável a realização das aulas diante das condições adversas.
Durante o final o final do ano letivo, alunos e outros moradores da comunidade realizaram um protesto para reclamar uma solução para a questão. Eles levaram cartazes e pediram uma resposta do Governo do Amazonas.
“Não podemos mais continuar na situação que nós nos encontramos. Olha o estado da nossa escola? É uma coisa que a gente ajudou a construir e hoje a gente vê a situação que tá e a falta que está dando para os nossos alunos, nossos professores e para nós, comunitários. Isso aqui, senhor Governador, você tem que dá um jeito. Não podemos ficar sem nossa escola”, enfatizou o presidente da comunidade, Pedro Santarém, durante o protesto.
Alguns alunos também manifestaram insatisfação com a situação, caso do aluno Richard Cordeiro. “Uma escola estadual que é um patrimônio, pois é a primeira escola estadual fora da cidade de Nhamundá, na zona rural, precisa ter investimento. Educação não é gasto, é investimento”, ressaltou o estudante.
O que diz a Seduc
Após ser interditada em fevereiro, a Seduc informou que realizaria adequações no espaço improvisado e que daria início ao processo de construção de uma nova unidade escolar na comunidade, o que não foi feito até o momento, segundo os moradores.
Em 2022, apesar da ameaça de desbarrancamento, a Seduc chegou a realizar uma reforma no prédio da escola na comunidade.
Para os moradores, a medida foi apenas um desperdício de dinheiro público, já que alguns meses após a reforma, a escola foi interditada.
Após as novas cobranças, a Seduc voltou a informar que realizou adequações no local improvisado e que já começou os trâmites para par a construção da nova escola, como fez no início do ano.
Enquanto o ambiente de indefinição persiste, 76 crianças em 8 turmas do ensino fundamental estão sendo prejudicadas pela situação.
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