À beira do colapso: Profissionais comunicam desligamento da UTI de Parintins

Profissionais da saúde que prestam serviço para empresas terceirizadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Parintins começaram um processo de desligamento que ameaça esvaziar a ala de alta complexidade do Hospital Jofre Cohen.

Os anúncios de desligamento estão relacionados a enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam na Cooperativa dos Enfermeiros do Amazonas (Coopeam), uma das quatro empresas que prestam serviços para o Governo do Estado na unidade. 

Segundo membros da Cooperativa, três desligamentos já foram confirmados e outros profissionais já teriam iniciado o mesmo processo. Há possibilidade de que novos avisos de desligamento sejam confirmados nos próximos dias.

A medida tem sido adotada devido a recorrentes atrasos nos pagamentos dos profissionais que atuam na UTI e por conta de condições precárias no sistema de saúde.

Atualmente, de acordo com os profissionais, há registros de trabalhadores que caminham para o 5° mês sem receber. O problema seria causado pela falta de pagamentos do Governo do Amazonas às empresas terceirizadas que prestam serviço nas unidades de saúde. Segundo os profissionais, o problema seria recorrente e estaria afetando todo o Estado.

Ainda de acordo com os profissionais, além da falta de pagamentos, a UTI de Parintins ainda estaria registrando a falta de insumos e medicamentos para a manutenção adequada dos atendimentos hospitalares de alta complexidade.

Cartas de desligamento

Os pedidos de demissão, que estão sendo registrados desde novembro, consistem em um documento formal escrito a punho pelos profissionais no qual eles comunicam o interesse pelo desligamento da empresa, na forma de um aviso prévio. 

Em um desses documentos, o profissional pediu a exclusão do quadro de servidores da UTI e "entregou" a escala de plantões. O comunicante também ressaltou que a empresa possui débito referente a 39 plantões prestados.




Segundo o Hospital Jofre Cohen, 42 profissionais atuam na ala de UTI da unidade. De acordo com a direção do hospital, os atendimentos continuam, mas a situação é considerada grave e insustentável.

Sem previsão de pagamento

Desde que a crise na saúde veio à tona no Estado, os profissionais da saúde dizem que o Governo do Amazonas ainda não deu uma resposta definitiva para a solução do problema. Segundo os profissionais, até o momento não há previsão de quando os contratos serão pagos.

A reportagem tentou contato com a Cooperativa de Enfermeiros do Amazonas (Coopeam) para pedir esclarecimentos sobre os desligamentos registrados em Parintins e ainda aguarda respostas.

Por outro lado, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), informou que os trâmites administrativos legais para o pagamento das empresas terceirizadas já estão em andamento. Com relação a insumos para a unidade, a Central de Medicamentos do Amazonas (CEMA)  informa que a distribuição está sendo realizada normalmente mediante solicitação da unidade hospitalar.

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