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| Foto: Marizilda Gruppe/Greenpeace |
Dois estados da região norte do país, Amazonas e Pará, estão sendo fortemente afetados pelo fogo este ano. É o que mostra o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe.
De acordo com os dados, o bioma Amazônia registrou em outubro mais de 22 mil focos de incêndio, o maior número para o mês, desde 2008. Ao mesmo tempo, a redução de alertas de desmatamento no bioma de janeiro a setembro foi de 49,5%.
O que pode explicar, então, as ondas de fumaça vistas nas últimas semanas em Manaus e Santarém? Bióloga e pesquisadora sênior das Universidades de Oxford e Lancaster, com foco em impactos do fogo na Amazônia, Erika Berninger, avalia que esse aumento nos incêndios pode ter relação com dois fenômenos que alteram significativamente o clima na região.
“A gente vem de três anos de La Niña, o que significa que na bacia amazônica como um todo estava mais úmido do que normalmente é. Isso significa que áreas que iam queimar em outro Anos não puderam ser queimadas e, isso, inclui o desmatamento porque primeiro se faz a derrubada e depois essas milhares de árvores que veem o chão precisam ser queimadas, literalmente virarem fumaça para a área poder ser cultivada, não se planta soja nem pasta em cima de árvore tombada e agora em 2023 como é um ano de El Ninho que deixa a Amazônia como um todo mais seca do que o normal essa área então está sendo queimada.
La Niña, que provoca o resfriamento do Oceano Pacífico, e El Nino, que aquece as águas do Oceano Pacífico, são dois fenômenos naturais difíceis de serem previstos.
Por essa razão a ecologista e diretora de estratégia da ONG WWF Brasil, Mariana Napolitano, alerta o que deve ser feito para tentar reduzir as queimadas na Amazônia.
"O que acontece é que muitas vezes a floresta que já foi degradada tem mais chance de queimar, então às vezes esse fogo dessas áreas escapa para dentro da floresta e se estende para outras regiões. Eu acho que é necessário, além de a gente reforçar a conservação, reduzir o desmatamento e atuar com restauração em algumas regiões da Amazônia, é o uso consciente do fogo nessas áreas já de pastagem, de pequenas roças, é pensar um pouco nesse manejo, nesse uso do fogo”.
A estiagem que atinge a região norte do país, que colocou todas as cidades do estado da Amazônia em estado de emergência por conta da seca no início do mês, deve ter uma breve trégua.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet, chuvas estão previstas para a região ao longo desta semana.
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