Famílias ocupam terreno abandonado no bairro Teixeirão.

FOTO: Aldair Rodrigues

Cerca de 40 famílias ocuparam um terreno que fica no bairro Teixeirão, em Parintins. Há quase um mês acampadas no local, as famílias afirmam que não tem casa própria e que o terreno por muitos anos está tomado por mato, servindo de lixeira e ações de criminosos.

As famílias já fizeram o trabalho de limpeza e retiraram toneladas de lixo do terreno. Para não perder o espaço invadido, elas permanecem dia e noite no local. Segundo informações de uma moradora, uma mulher foi até eles para reclamar a posse do terreno, dizendo ser filha do dono, mas que  não retornou mais para negociar com os mesmos.

Tâmara Ramos da Silva, 30 anos, é mãe de três filhos e está desempregada atualmente, ela conta que tomou essa atitude por se sentir cansada de morar de aluguel que vai ficando cada vez mais caro e que a situação financeira não lhe permite comprar um terreno. "É por isso que eu estou aqui, buscando um terreno pra mim, pra eu ter meu canto, porque eu estou cansada de pagar lugares. E eu tomo essa medida porque eu não tenho casa. Eu estou aqui, lutando para ter meu lar", desabafou.

Segundo a autônoma Larissa Marinho, 20 anos, ela viveu desde a infância naquela área do Teixeirão e afirmou que a área está abandonada há anos. Mãe de uma menina e morando no fundo do terreno da avó, ela disse que o que ganha com a venda de salgados mal dá para comer e pagar as contas. "Essa terra está abandonada há mais de 20 anos, sem nenhum dono aparecer nem para limpar a terra. Tem muita gente aqui que mora de aluguel ou em casa de parentes, e a gente está aqui nessa terra, para nós tentar ter o apoio de alguém para conseguir ter um lar".

Larissa foi uma das primeiras a marcar um lote, mas não imaginava que outras pessoas fariam o mesmo. "Ninguém tinha tido a coragem ainda de invadir. Aí foi que a gente entrou e começou. Quando o pessoal viu que nós estávamos aqui, então, todo mundo pegou também e aí a gente veio pra cá".

Entramos em contato, via aplicativo de mensagem, com a secretária municipal de Assistência Social Trabalho e Habitação (Semasth), Zeila Márcia Lima Cardoso, que respondeu: "Temos uma coordenação de Habitação na Semasth, mas até o momento não fomos informados dessa situação. Irei solicitar junto a coordenação que apure as informações".

Fotos: Aldair Rodrigues




 

Postar um comentário

0 Comentários